Alguns problemas de ateu
Eu
não desrespeito o ateu. Ao contrário, acho que há muito ateu mais perto
de ser cristão do que muitos que se dizem seguidores de Cristo.
Normalmente,
a pessoa é atéia por não conseguir processar algumas questões da vida e
da fé por meio de seu intelecto. É compreensível. A vida é cheia de
perguntas que nem a fé consegue responder. E por isso mesmo, a fé se
torna necessária para a vida. Fé e inteligência são duas irmãs, não duas
inimigas.
Recentemente,
um ateu usou um artigo de uma revista para justificar sua falta de fé
em Deus. O artigo questionava a validade da Bíblia como um texto
inspirado por Deus. Sem entrar em detalhes aqui, o artigo dizia que a
Bíblia foi escrita do ponto de vista de seus autores, segundos seus
próprios interesses, e que por isso não é confiável como um guia de vida
para todos.
Não
vou entrar no mérito dessa afirmação mal-informada. Afinal, nenhum
cristão consciente crê que a Bíblia foi escrita por Deus, mas sim por
homens mesmo. Mas ao invés de dobrar essa esquina, eu gostaria de
colocar outros pontos, talvez mais relevantes, para qualquer ateu
considerar.
(Antes
de prosseguir, um parêntese: Normalmente, por trás do esforço fenomenal
de todo ateu em querer “provar” que Deus não existe, que a Bíblia é
errada, etc. está um medo de que no final das contas ele mesmo esteja
errado… Porque se ele estivesse tão convencido assim, não estaria nem aí
para a Bíblia...)
Bem, vamos ao assunto.
A
Bíblia não é o único nem o maior problema do ateu… Ele pode dizer o que
quiser da Bíblia. Porém, ele tem questões mais importantes,
extra-bíblicas, que ele não consegue responder, como:
Se
Deus não existe, de onde vem o nosso sentimento natural, tão forte, de
certo e errado? Por exemplo, quando vemos uma pessoa sendo assaltada, ou
agredida, temos um forte sentimento de injustiça, e de até querer
ajudar a vítima. Por quê?
Quando
duas pessoas estão discutindo, sempre ouvimos coisas do tipo, “O que vc
acharia se eu fizesse o mesmo com vc?” “Esse assento é meu, eu estava
aqui primeiro” “Mas vc prometeu…” “Eu dei um pouquinho do meu, por quê
vc não me dá um pouquinho do seu?” O que essas perguntas mostram não é
que apenas uma pessoa está chateada com a outra, mas sim que o
comportamento observado de alguma forma não adere à um certo padrão de
comportamento que o reclamante espera que o agressor conheça e obedeça.
Que padrão é esse? Que lei é essa?
O
ateu não sabe de onde isso vem. Um ser puramente animal não se
preocuparia com questões de certo ou errado. Porém esse sentimento de
decência humana é comum a todos os povos, desde os primórdios da
humanidade. De onde vem esse sentimento de decência, de justiça, que não
necessita ser ensinado?
Um
outro problema do ateu é que apesar dessa lei existir dentro de cada
ser humano, nenhum de nós consegue obedecê-la… Todos nós quebramos
nossos próprios princípios. Nós não nos comportamos, a todo tempo, como
esperamos de nós mesmos e dos outros.
Então,
parece que o ser humano passa por um dilema: Há uma lei dentro dele da
qual ele não consegue se livrar, de jeito nenhum, e ao mesmo tempo, ele
mesmo não consegue sempre obedecer essa lei.
A
Bíblia oferece respostas convincentes a esse dilema. Mas é claro,
primeiro o ateu tem que vencer o preconceito que ele tem contra esse
Livro, para então pegar nele e descobrir o que diz a respeito.
Bispo Renato Cardoso
Publicado por Pastor Maurício Meirelles
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