Os ateus que mais me aborrecem
via Cristão Confuso
(Zé Luís)
Uma
das coisas mais traumáticas que encontrei no início da minha jornada em
Cristo foi tentar um debate com um ateu devidamente preparado enquanto
eu, apenas com as primeiras promessas e um espírito renovado (e
arrogante), tentei mostrar as vantagens de crer. Pensava que esse tipo
de embate pudesse ser tratado pelo bom senso de uma experiência real,
vivida e compartilhada.
Conheciam cada trecho da bíblia, cada
ponto cientificamente incompatível entre o Gênesis a Apocalipse, e as
pesquisas cientificas da moda, que incluíam – claro – coisas
relacionadas a teoria da Evolução, sérias e comprovadas. Usavam bem
muitas falácias (termo novo para mim até aquele momento). Citavam
Schopenhauer, Nietzsche, Saramago, Carl Sagan, e tantos outros, sempre
invocando declarações e frase de efeitos de notáveis personagens
históricos, reconhecidamente ateus.
Amavam citar as atrocidades
religiosas cometidas em nome de Deus, omitindo as atrocidades cometidas
por ateus, como Stalin (não tinha a menor ideia que esse ateu fora um
dos maiores assassinos da História, maior até que Hitler).
Sentia-me um perfeito idiota diante de tanta cultura e preparo intelectual.
Não
entendia que tudo era um jogo de palavras, e que estava conversando com
um grupo de pessoas que já tinham sido almejadas por grupos opostos às
suas convicções com contra-argumentos, tornando tudo isso um ciclo
infindável, coisa que o próprio Paulo dito apóstolo disse ser bom
evitar. Claro, isso também é questionável. Por que evitar um debate
quando ideias podem ser discutidas?
Só que, como disse, não
possuía noções para contra-argumentações, me senti inferiorizado,
ridículo, imbecilizado. Senti raiva de ser tratado como idiota. Parecia
um fracote valente que insiste em tentar bater num lutador peso-pesado
profissional de Jiu-Jitsu: Era levantar para cair. Meu orgulho fora
ferido, e pior: aqueles argumentos ganhavam campo dentro de meu
entendimento, e Deus, que sempre fora presente em meus pensamentos,
resolveu se calar como se nunca tivesse existido.
Comecei a ter
medo de lidar com aqueles seres odiosos e inteligentes. Minha fé, ponto
alto da minha existência, apresentava fissuras, a ponto de estar em um
púlpito, pregando, falando do amor e feitos do Altíssimo, sem crer
realmente que Ele existia, que tudo aquilo não passava de uma apenas uma
grande bobagem...
Mas tudo passou.
Hoje são outros ateus que me aborrecem.
Aprendi
todos os argumentos, estudei todos os possíveis elos perdidos
(forjados) de uma impossível evolução de um macaco para um homem (por
favor; a Ciência é quem declara isso hoje, não eu! Hoje CRÊ-se que a
evolução que originou o homem aconteça em saltos, e o tempo necessário
para isso acontecer é de milhões de anos, quando o carbono 14 diz que
não temos mais de 40.000 anos de existência). Entendi cada falácia, e
como elas são capazes de desviar o foco de uma questão, apenas com
provocações simples. Descobri que muitos ateus tem um compromisso
ferrenho com suas convicções, a ponto de ignorar questões documentadas e
sobrenaturais.
E outra: por que tantos ateus se prestam a
defender suas teses sobre a inexistência de deus e o quanto ele é cruel?
Se não creio em seres fictícios, não gasto tempo me cadastrando em
fóruns para desdizer a obesidade de Papai Noel, ou a crueldade dos
smurfs que não podem ser azuis pela deformação genética impossível, e
que pesquisas recentes, feitas por - qualquer - renomado cientista
evolucionista – e ateu - só vem comprovar o que era óbvio: a
improbabilidade da existência da Terra Média, e que Gandalf, o renascido
mago branco, não passava de uma invenção mesquinha, uma muleta para
almas com preguiça de pensar e aceitar a dura realidade de um mundo sem
magia.
Esses ateus, hoje, me divertem.
Os ateus que
realmente me aborrecem pregam em púlpitos, fingindo que dizem coisas que
estão escritas na Bíblia, pedem para que seus ouvintes os obedeçam
cegamente, seus egos precisam ser alimentados, seus bolsos, cheios, suas
carreiras, reconhecidas.
Esses ateus pregam a Palavra de Deus,
fingindo que acreditam nEle, mas por terem muito a perder - uma carreira
ministerial lucrativa ou apenas o meio social no qual é alguma coisa
especial – continuam cínicos, sem crer, falando sistematicamente, coisas
que não tem na alma(mesmo porque também não acreditam nela).
Par mim, ateus que fingem crer são os piores.