quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Carta escrita por ‘espírito’ pode ser usada para defender acusada de assassinato

Carta escrita por ‘espírito’ pode ser usada para defender acusada de assassinato

Defesa da ‘Loira do Motel’ poderá usar carta psicografada.

Julgamento de Verônica Verone, acusada de matar o namorado num motel em Niterói, pode mudar de rumo. Defesa teria juntado ao processo uma carta psicografada
Uma carta psicografada pode mudar os rumos do julgamento da estudante Verônica Verone, acusada de matar o namorado, Fábio Gabriel Rodrigues Barbosa, de 33 anos, numa suíte de motel, em Niterói. O documento teria sido juntado ao processo de homicídio triplamente qualificado, que tramita na 3ª Vara Criminal de Niterói. O advogado de defesa da estudante, Rodolfo Thompson, não confirmou a existência da psicografia, nem tampouco quis revelar as estratégias da defesa, mas afirmou que há casos em que réus foram absolvidos diante de tal fenômeno mediúnico. O julgamento de Verônica, que ficou conhecida como a “loura do motel”, será realizado na quinta-feira, dia 24 de novembro, às 13h, no plenário do Tribunal do Júri de Niterói e será presidido pelo juiz titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, Peterson Barroso Simão, que também preside o caso sobre o assassinato da juíza Patrícia Acioli.
Verônica Verone será submetida a júri popular, que será sorteado pouco antes do julgamento. Há cerca de seis meses, 30 pessoas foram escolhidas para fazer parte do júri. No entanto, apenas sete pessoas deste grupo serão sorteadas e efetivamente irão sentar no banco de jurados. O júri popular deverá ser convencido pela defesa e pela acusação sobre a  inocência ou culpa da estudante, que é acusada por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima).
A expectativa é de que a sentença de Verônica Verone seja proferida por volta das 19h, ou seja, após seis horas de duração. Durante o julgamento, serão ouvidas as testemunhas de acusação, de defesa e o interrogatório da acusada pelo crime. Após, poderá ser realizada uma réplica por parte do promotor de Justiça, que representa o Ministério Público e a tréplica realizada pela defesa de Verônica. Depois desta etapa, os sete jurados, o juiz, o promotor de Justiça e oficiais de Justiça se reúnem na sala secreta, onde os jurados votam secretamente sobre a inocência ou culpa da ré. Por fim, o juiz manifesta a decisão do júri popular e no caso de ser considerada culpada, profere a sentença condenatória.
Durante a Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ), que aconteceu em setembro, a defesa de Vêronica alegou que ela não poderia responder pelos seus atos e, portanto, seria inimputável,  por sofrer de problemas mentais. Porém, o juiz não aceitou a tese. De acordo com ele, o exame mental da acusada apontou que a jovem era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato. Em denúncia, o Ministério Público acusava a jovem por ocultação de cadáver, porém, o magistrado descartou a denúncia e ela responderá por homicídio triplamente qualificado.
O caso – Verônica Verone é acusada pela Justiça de matar Fábio Gabriel Rodrigues Barbosa, de 33 anos, num motel em Niterói, em 14 de maio deste ano. Os dois mantinham um caso há 16 meses. O corpo de Fábio teria sido encontrado por funcionários do estabelecimento, caído na garagem de acesso à suíte 143. Ele teria sido dopado e enforcado. Seu corpo foi arrastado até a garagem.
Segundo a polícia,  a jovem teria premeditado e praticado o crime sozinha, já que meses antes Verônica teria tentado comprar uma arma. De acordo com amigos da vítima, Fábio teria namorado Verônica, mas não tinha a intenção de continuar a relação. No dia do assassinato, no entanto, amigos da vítima disseram que a estudante teria insistido no encontro com Fábio para que pudessem conversar. Ele teria ido ao local para saber do que se tratava.
Casos solucionados
lEm 2006, Iara Marques Barcelos, acusada de ser a mandante do assassinato do tabelião Ercy da Silva Cardoso, que morreu depois de ser atingido por disparos de arma de fogo, foi absolvida depois que uma carta psicografada foi apresentada como prova de defesa. A carta teria sido ditada pelo próprio Ercy e não indica quem seria o autor dos disparos, mas daria a entender que Iara era inocente.
O crime aconteceu em Porto Alegre. A  acusação do caso pediu um novo julgamento, porém, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu não haver motivos para que fosse determinado novo julgamento. A partir de então, cartas escritas por médiuns podem ser adotadas como prova no Tribunal de Justiça gaúcho.
O caso mais famoso no qual um réu foi absolvido através de uma carta psicografada aconteceu em maio de 1976. José Divino Nunes foi acusado de matar o melhor amigo Maurício Garcês Correa e durante sua defesa foi apresentada uma psicografia feita pelo médium Chico Xavier.
Na carta, daquele que era considerado o maior médium do Brasil, Maurício afirma que o amigo não teria qualquer culpa em sua morte, já que ambos estariam brincando com a arma de fogo quando houve o disparo acidental. A psicografia foi aceita como prova pelo juiz da comarca de Goiânia, em Goiás, depois que o laudo do exame grafotécnico apontou que a assinatura da carta seria mesmo de Maurício. José Divino Nunes foi inocentado.
Fonte: O Fluminense

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