sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Confissões de um ateu

Sou ateu. Essa palavra dói, eu sei. É como se a minha descrença agredisse os que acreditam em Deus. Ou, pior, despertasse a piedade dos que enxergam nisso um desamparo profundo e inconsolável.Sou ateu. Essa palavra dói, eu sei. É como se a minha descrença agredisse os que acreditam em Deus. Ou, pior, despertasse a piedade dos que enxergam nisso um desamparo profundo e inconsolável. Admito que é uma opção solitária, desagregadora, fria. Não é fácil viver sem devoção. Mais difícil deve ser morrer desse jeito. Sem desespero não há esperança. Ao que tudo indica, ao nascer, somos todos ateus, por pura ignorância. Mas, ainda na infância, nenhum de nós escapa de olhar para o firmamento e nele enxergar alguma caridade igualmente infinita. É muito acolhedor pensar que a compaixão nos está reservada, que jamais seremos órfãos, que alguém zela por nós. Quando criança, acreditava em Deus. Não sei exatamente em que momento meus sentidos não suportaram a lógica divina. Foram muitas as razões que me fizeram duvidar da fé. Foi emocionante saber que não daria conta de algo tão grandioso, que meu tempo é curto, que minha insignificância é o bastante. Cada homem, cada mulher, passou a ser importante, consistente, irreversível. Somos todos iguais perante nós mesmos, concluí. O ateísmo só é digno se praticado com prudência e tolerância. Nada mais sinistro do que um ateu arrogante. Ainda vão descobrir que a Inquisição foi perpetrada por hereges infiltrados. Aquilo deve ter sido obra de homens iníquos, sádicos e tomados de soberba. Também desconfio que um ataque terrorista só é possível pelas mãos de pessoas dispostas a tudo, assim na terra como no céu. São muitos os caminhos que nos levam. A ninguém é dado o poder da verdade sobre o outro, assim como não existe carrasco sem vítima, bondade sem esforço, humildade sem humilhação. Pelo que pude perceber, estamos aqui para aprender e ensinar, errar e perdoar, amar e ser amado, crescer e multiplicar. Não tenho forças para me sentir um escolhido, mas tento ser forte ao fazer minhas escolhas. Nenhum paraíso me espera. Torço para que não haja inferno. Dos dez mandamentos, deixei de cumprir uns quatro ou cinco, mas, confesso, não me arrependo. Respeito muito o segundo: não levantar o nome de Deus em vão. Gosto de ler a Bíblia. Nosso corpo é um templo. Nossas vidas, uma dádiva. Ainda que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. Espero que todos tenham um feliz Natal. Admito que é uma opção solitária, desagregadora, fria. Não é fácil viver sem devoção. Mais difícil deve ser morrer desse jeito. Sem desespero não há esperança. Ao que tudo indica, ao nascer, somos todos ateus, por pura ignorância. Mas, ainda na infância, nenhum de nós escapa de olhar para o firmamento e nele enxergar alguma caridade igualmente infinita. É muito acolhedor pensar que a compaixão nos está reservada, que jamais seremos órfãos, que alguém zela por nós. Quando criança, acreditava em Deus. Não sei exatamente em que momento meus sentidos não suportaram a lógica divina. Foram muitas as razões que me fizeram duvidar da fé. Foi emocionante saber que não daria conta de algo tão grandioso, que meu tempo é curto, que minha insignificância é o bastante. Cada homem, cada mulher, passou a ser importante, consistente, irreversível. Somos todos iguais perante nós mesmos, concluí. O ateísmo só é digno se praticado com prudência e tolerância. Nada mais sinistro do que um ateu arrogante. Ainda vão descobrir que a Inquisição foi perpetrada por hereges infiltrados. Aquilo deve ter sido obra de homens iníquos, sádicos e tomados de soberba. Também desconfio que um ataque terrorista só é possível pelas mãos de pessoas dispostas a tudo, assim na terra como no céu. São muitos os caminhos que nos levam. A ninguém é dado o poder da verdade sobre o outro, assim como não existe carrasco sem vítima, bondade sem esforço, humildade sem humilhação. Pelo que pude perceber, estamos aqui para aprender e ensinar, errar e perdoar, amar e ser amado, crescer e multiplicar. Não tenho forças para me sentir um escolhido, mas tento ser forte ao fazer minhas escolhas. Nenhum paraíso me espera. Torço para que não haja inferno. Dos dez mandamentos, deixei de cumprir uns quatro ou cinco, mas, confesso, não me arrependo. Respeito muito o segundo: não levantar o nome de Deus em vão. Gosto de ler a Bíblia. Nosso corpo é um templo. Nossas vidas, uma dádiva. Ainda que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. Espero que todos tenham um feliz Natal.

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