terça-feira, 29 de novembro de 2011

Papa associa o ‘extremismo ateu’ à tirania dos nazistas


O papa Bento 16 (foto) fez hoje um discurso onde conectou o ateísmo ao nazismo. Depois de criticar o “extremismo ateu”, ele elogiou a atuação dos britânicos na Segunda Guerra Mundial porque “se opuseram a uma tirania nazista que pretendia erradicar Deus da sociedade”.

O discurso foi feito no primeiro dia da visita do papa ao Reino Unido, após ter recebido as boas vindas da rainha Elizabeth II, no Palácio Real de Holyrrodhouse, em Edimburgo (Escócia).

Ele argumentou: “Enquanto refletimos sobre as advertências do extremismo ateu do século XX, não podemos nunca esquecer como a exclusão de Deus, da religião e da virtude pública, conduz em última análise a uma visão truncada do homem e da sociedade.”

A Associação Britânica Humanista reagiu com a afirmação de que “o conceito de que foi o ateísmo dos nazistas a causa de suas odiosas visões extremistas é uma terrível difamação aos que não acreditam em Deus”.

A associação criticou a papa por pretender impor o seu ponto de vista ao mesmo tempo em que a Igreja Católica mina os direitos humanos das mulheres, das crianças e muitos outrso. “Isso é surreal.”

Antes da viagem do papa, o cardeal Walter Kasper, um de seus assessores, deu uma entrevista criticando o “ateísmo novo e agressivo” da Grã-Bretanha, um país que se tornou do “terceiro mundo”.

Como por conta dessas declarações Kasper desistiu de acompanhar o papa ao Reino Unido, a expectativa era de que Bento 16 não explorasse o mesmo discurso para evitar constrangimento. Mas não foi o que ocorreu.

Antes de criticar os ateus, o papa admitiu que a igreja não foi suficientemente vigilante para deter os padres pedófilos. Para Joell Casteix, dirigente da SNAP, uma entidade de apoio às vítimas de sacerdotes, a declaração do papa é ofensiva, porque, na verdade, a igreja sempre foi “rápida e vigilante” no acobertamento dos pervertidos.

Sobre o nazismo, a própria Igreja Católica tem sido apontada por historiadores de ter colaborado com Hitler. Pio XII, papa da época da Segunda Guerra, teria se omitido diante das atrocidades dos nazistas. Do ponto de vista dos católicos, o silêncio do papa nos primeiros anos da guerra foi para salvar perseguidos pelo regime alemão.

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